... não perderá o seu tempo a ver In Treatment (Terapia), uma série televisiva que retrata o que se passa no consultório de um psicoterapeuta, papel desempenhado por Gabriel Byrne. Cada episódio representa uma consulta num dia da semana; à 6ª feira, o terapeuta vai, ele próprio, a uma consulta de psicoterapia.
Vi o episódio 1 e gostei imenso. Para além da dramatização que torna o episódio interessante por si mesmo (tem uma duração de aproximadamente meia hora), ele suscitou-me várias questões que indico a seguir:
- Porque é que o psicoterapeuta, Paul, não deu à cliente, Laura, nada a que ela se pudesse agarrar para não ir ao fundo durante a semana até uma nova consulta? Não se disponibilizou para uma sessão extra, não sugeriu nenhuma estratégia de "coping", nada, deixou-a sair completamente perdida.
- Porque é que Paul não verbaliza reconhecer a dor e o sofrimento de Laura? Parece-me que ele acaba, assim, por humilhá-la desnecessariamente (como ela própria se queixa).
- Dentro do condicionalismo da armadilha em que ela própria caiu, não revela Laura uma atitude exemplar? Ora, ela não dificulta nada a vida a Paul; não só não recorre a manipulações emocionais, do tipo de se fazer de vítima, de pedir conforto, de ameaçar o suicídio, etc., como até é ela que refere que o tempo da consulta chegou ao fim.
- Paul fez bem em deixar absolutamente claro que ele não representa nunca uma opção de relação afectiva profunda. Voltamos à questão já referida atrás: terá ele feito igualmente bem em não iluminar algumas alternativas?
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