quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Quem gosta de Psicologia Clínica...

... não perderá o seu tempo a ver In Treatment (Terapia), uma série televisiva que retrata o que se passa no consultório de um psicoterapeuta, papel desempenhado por Gabriel Byrne. Cada episódio representa uma consulta num dia da semana; à 6ª feira, o terapeuta vai, ele próprio, a uma consulta de psicoterapia.

Vi o episódio 1 e gostei imenso. Para além da dramatização que torna o episódio interessante por si mesmo (tem uma duração de aproximadamente meia hora), ele suscitou-me várias questões que indico a seguir:
- Porque é que o psicoterapeuta, Paul, não deu à cliente, Laura, nada a que ela se pudesse agarrar para não ir ao fundo durante a semana até uma nova consulta? Não se disponibilizou para uma sessão extra, não sugeriu nenhuma estratégia de "coping", nada, deixou-a sair completamente perdida.
- Porque é que Paul não verbaliza reconhecer a dor e o sofrimento de Laura? Parece-me que ele acaba, assim, por humilhá-la desnecessariamente (como ela própria se queixa).
- Dentro do condicionalismo da armadilha em que ela própria caiu, não revela Laura uma atitude exemplar? Ora, ela não dificulta nada a vida a Paul; não só não recorre a manipulações emocionais, do tipo de se fazer de vítima, de pedir conforto, de ameaçar o suicídio, etc., como até é ela que refere que o tempo da consulta chegou ao fim.
- Paul fez bem em deixar absolutamente claro que ele não representa nunca uma opção de relação afectiva profunda. Voltamos à questão já referida atrás: terá ele feito igualmente bem em não iluminar algumas alternativas?

domingo, 7 de agosto de 2011

Empregados satisfeitos, clientes muito mais satisfeitos!

Há investigações que só vêm evidenciar aquilo que é óbvio… ou que devia ser óbvio!

 

É o caso deste estudo que demonstra que a ligação entre a satisfação dos consumidores e a sua lealdade (voltarem à loja e convidarem amigos a fazerem o mesmo) é quase duas vezes mais forte quando os empregados estão satisfeitos com o seu trabalho. Ou seja, não é suficiente procurar ir ao encontro das necessidades dos clientes para se conseguirem os melhores resultados.

 

Algumas ideias para melhorar a satisfação no trabalho:

1) Treinar e conceder poder aos empregados para que possam tomar as melhores decisões que beneficiam tanto a companhia como o cliente.

2) Contratar gestores que sirvam como exemplos e que possam actuar como conselheiros junto dos empregados.

3) Criar uma boa atmosfera de trabalho, oferecendo incentivos ou benefícios não materiais (por exemplo, horário flexível de trabalho).

 

To Boost Customer Satisfaction, Owners Should Pay Attention to Employee Job Satisfaction (2011), Science Daily.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Cultura dá saúde e bem-estar!

Um estudo norueguês, que envolveu 50 797 participantes, analisou a relação entre a participação em actividades culturais comunitárias e a saúde.

Concluiu-se que o estar envolvido em actividades culturais, quer passivamente (como ir ao teatro ou a uma galeria de arte) quer activamente (participando no processo criativo), estava correlacionado com bons níveis não só de saúde, mas também de satisfação em relação à vida, e baixos níveis de ansiedade e depressão.

Ou seja, não é só a actividade física que contribui para bons níveis de saúde, física e mental. Além disso, quanto mais actividades culturais forem, melhor as pessoas se sentem.

Theater-Goers, Volunteers Take Heart: Cultural Activities Are Good for Your Health, Norwegian Study Find (2011), Science Daily.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O sorriso atrai? Depende de quem sorri…

Existem diferenças acentuadas na forma como os dois sexos reagem a expressões emocionais de felicidade, de vergonha ou de orgulho. O estudo aqui relatado debruça-se sobre a relação entre emoções e atracção, mas apenas explora as primeiras impressões de atracção sexual a imagens do sexo oposto.

O estudo concluiu que as mulheres se sentiam menos atraídas por homens sorridentes e com ar feliz, preferindo os que se mostram orgulhosos e poderosos ou melancólicos (moody) e envergonhados.

Pelo contrário, os homens sentiam-se mais sexualmente atraídos por mulheres que pareciam felizes, e menos por aquelas que se mostravam orgulhosas e confiantes.

Segundo parece, o sorriso está associado a um défice de superioridade (dominance) indo ao encontro das normas tradicionais de género que associam a submissão e a vulnerabilidade às mulheres. Já a expressão de orgulho acentua os traços masculinos, construindo um perfil de homem forte e silencioso.

Finalmente, mostrar-se envergonhado está associado à consciência de normas sociais e a comportamentos de apaziguamento, o que desencadeia a confiança à sua volta. Esta pode ser a explicação que está por detrás da surpreendente força de atracção que este traço exerce em ambos os sexos, já que tanto homens como mulheres preferem um parceiro em quem possam confiar.

Sample stimuli. (Credit: Image courtesy of University of British Columbia)

Happy Guys Finish Last, Says New Study on Sexual Attractiveness (2011), Science Daily.